Cartas de um morto-vivo

Cartas de um morto-vivo
Título: Cartas de um morto-vivo
Autor: Elza Barker
Pelo Espírito: Senhor X
Género: Desenvolvimento Pessoal e Espiritual
Editora: Lake
Observações: 2ª edição, 2020

No meio espírita, usualmente, referimos a obra Nosso Lar quando queremos saber mais detalhes sobre a vida no plano espiritual. Ainda antes da sua publicação, e tal como sublinhado pelo próprio Chico Xavier, já havia, em inglês, obras com relatos semelhantes à vida espiritual descrita por André Luíz.

Cartas de um morto-vivo foi recebido, por psicografia da médium Elza Barker e transmite, com uma clareza e objetividade notáveis, a vida na espiritualidade. Inclui relatos descritivos e muitos expressivos, que nos comovem ao testemunharem a evolução e a imensidade do processo de aprendizagem, deste e do outro lado da vida. Os temas abordados são muito variados, desde a forma como levamos o nosso quotidiano, Deus, ciência, o tempo enquanto entidade e o uso desse recurso, entre tantos outros. Este livro foi alvo de várias revisões pelo conhecido Monteiro Lobato.

 

Citações

“A única coisa a lamentar na morte é o facto de o homem vulgar não extrair dela a lição que encerra. Causar-me-ia um grande desgosto ver o pouco progresso que todas as pessoas, em geral, obtêm em vida, se não soubesse que a cadeia das vidas terrestres é, por assim, dizer infinita. Consolo-me com a convicção de que não há motivo para pressa; as pérolas da cadeia da existência acham-se todas nos seus lugares inevitáveis e a cadeia forma um círculo, o símbolo da Eternidade.” (p. 107)

“Tenho conversado com muitas pessoas, pertencendo a todos os estados de progresso intelectual e moral; pois, com grande pesar meu, devo declarar que é tão raro encontrar, no plano em que eu me encontro, uma pessoa que tenha uma concepção nítida da significação da vida e das suas possibilidades de desenvolvimento, como é raro encontrá-la na Terra. Já disse e repito que não é só pela mudança de tecidos do corpo que o homem se torna espiritualizado.” (p. 87)

“Tenho lastimado muitas vezes os homens que em vida eram escravos da rotina do negócio. Muitos deles levam imenso tempo a libertar-se dessa escravidão: em vez de se distraírem aqui serenamente, andam num vai-e-vem constante entre sítios onde antigamente elaboravam os seus negócios, continuando a ocupar os cérebros com a solução de algum problema de tática ou de finanças até que por fim se sentem tão extenuados como quando morreram.”  (p. 87)

“Talvez trabalhem demasiado na Terra – mais do que é necessário. A quantidade de coisas inúteis que acumulam à roda de si, os pequenos nada artificiais que constantemente inventam, e que obtêm desperdiçando uma vida inteira, à força do nervosismo, tudo isso nos parece absurdo e nos inspira compaixão.” (p. 83)

“O poder de simpatia entre os homens e os espíritos intensifica-se quando os homens se acham dominados por uma grande emoção, seja amor ou ódio cólera ou qualquer outra expiação.” (p. 145)