Depressão

 

“Sabeis porque, às vezes, uma vaga tristeza se apodera dos vossos corações e vos leva a considerar amarga a vida? É que o vosso Espírito, aspirando à felicidade e à liberdade, se esgota, jungido ao corpo que lhe serve de prisão, em vãos esforços para sair dele. Reconhecendo inúteis esses esforços, cai no desânimo e como o corpo lhe sofre a influência, toma-vos a lassidão, o abatimento, uma espécie de apatia e vos julgais infelizes.

(O Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo V, nº 25).

A depressão é uma doença que se manifesta a nível psicológico. No sentido patológico, a depressão pode manifestar-se pela presença de tristeza, pessimismo, baixa autoestima, ou combinar estes efeitos entre si. Uma das consequências no deprimido são as alterações químicas no cérebro, nomeadamente ao nível dos neurotransmissores (serotonina, noradrenalina e, em menor proporção, dopamina, entre outros). Há quem identifique algumas características comuns nos indivíduos deprimidos, tais como o egoísmo e a agressividade. Egoísmo por crer que a sua dor é a maior do mundo e agressividade voltada contra si próprio. O deprimido não pensa que os seus atos fazem ou farão sofrer aqueles que o rodeiam.

A visão tradicional sobre a depressão foca-se maioritariamente nos seus efeitos. A visão espírita procura acrescentar-lhe as causas e contribuir com soluções, que habitualmente remontam a origens pretéritas, eventualmente de vidas passadas com repercussões no presente, mas também explicar de forma lógica como a dor sentida é um alerta para reagir, para mudar o que não está bem no ser, espiritual que somos, para depois se ficar mais forte, transformado, pois nada é irremediável.

Apresentamos três pontos de vista. Um didático, outro científico e finalmente a perspetiva espírita. Nenhum deles nega ou exclui o outro, pelo que a sua conjugação pode ser um bom caminho para se compreender a causa da depressão e a forma de a ultrapassar, dominando o nosso “ego” e ultrapassando a culpa (sentida no inconsciente) pelas quedas morais, ainda que cada caso seja um caso.

A perspetiva didática

A partir de um vídeo da Organização Mundial de Saúde sobre a depressão [1] compreende-se o quotidiano da pessoa deprimida a partir de uma metáfora. Ela baseia-se na estória que retrata o dia-a-dia de uma pessoa acompanhada por um cão preto. O cão preto representa a depressão sentida pela pessoa que se sente vazia, mais velha, como que se a vida ficasse mais lenta sempre que o cão preto lhe aparece. O cão surge de surpresa e sem razão aparente. O cão preto tira o apetite, a capacidade de concentração e a memória. Tudo no dia da pessoa deprimida parece difícil e para tudo é necessário exercer uma força sobre humana.

Em eventos sociais, o cão abafa qualquer rasgo de autoestima ou confiança, o que gera um enorme receio de se ser descoberta e julgada pelos outros. É um sentimento de vergonha pelo estigma do cão preto. A pessoa neste estado tenta tudo para se esconder e assim mantém uma mentira emocional, mas que dilacera e descontrola. Por isso torna-se agressiva, irritadiça e de difícil convívio. No meio de tudo isto, o cão vai tomando todo o seu amor e enterrando a sua identidade. É uma presença permanente que mantém a pessoa com pensamentos negativos e fixados na ideia do quanto cansada está e irá estar no dia seguinte. No fundo rouba-lhe a esperança da recuperação.

Ter um cão preto não é o mesmo que se sentir triste ou em baixo, é pior. É não ter capacidade para sentir. E na medida que se vai envelhecendo, o cão preto fica maior e as suas visitas tornam-se mais frequentes (a menos que se aprenda a reagir negando-lhe as visitas, tal como se explica mais abaixo). Mas quando não se encontra solução, a pessoa opta por se automedicar. Coisa que aprende a fazer muito bem. Contudo, isso não ajuda a resolver o seu problema. Acaba então por se sentir totalmente isolada. Sente que o cão preto lhe tomara a vida e o ânimo. Que tomara conta dela. Agora a pessoa vê a vida através do cão, como que este fosse os seus olhos e os seus sentimentos. Começa então a questionar o sentido da vida. Opta então por procurar ajuda especializada.

Quando o faz descobre que o cão preto afeta milhões de pessoas independentemente de quem seja e do que faça. Todos podem ser afetados por um cão preto – pela depressão. Não existe pílula mágica. A medicação pode ajudar alguns, mas não resolve, e outros precisam mesmo de abordagens complementares, por exemplo, conhecer-se enquanto ser espiritual, e não apenas um “ego” (egoísta) que o comanda. Também ajuda ser-se emocionalmente sincero com as pessoas próximas. Aliás, isso pode mudar tudo.

Tendo compreendido isto, a pessoa aprende a não temer o cão preto, ao ponto de até lhe ensinar alguns truques. Aprende que quanto mais cansado e stressado se está, mais alto o cão ladra. Nestas circunstâncias o melhor é manter a mente serena. O exercício físico é tão eficiente quanto alguns dos medicamentos aconselhados. Andar ou correr ajuda a deixar o cão preto para trás. Escrever num caderno os sentimentos sobre o que se gosta e o que se apreciou em cada dia, também ajuda imenso, pois é catártico (serve de desabafo) e é revelador. Sentir-se grato pelas coisas boas é um dos caminhos aconselhados.

O cão preto também pode ser visto como uma oportunidade, caso a pessoa se sinta capaz de reavaliar a sua vida e a forma de se libertar do cão. Pode-se compreender que não se deve fugir dos próprios problemas, mas sim abraçá-los. E mesmo que o cão preto se torne uma presença para sempre, ele não será visto como uma fera. Afinal, por via do conhecimento, paciência, disciplina e humor, até o pior cão preto pode ser curador.

Por isso, quando se sente este problema, deve-se pedir ajuda, não há vergonha nenhuma nisso. Vergonha é deixar a vida passar. Agindo, a pessoa liberta-se da prisão imposta pelo seu cão preto.

A perspetiva científica

Esta perspetiva indica habitualmente duas formas de tratamento para a depressão. Uma é a farmacológica, a qual requer acompanhamento psiquiátrico. A outra é a intervenção psicoterapêutica, a partir da abordagem cognitivo-comportamental. Além destas há ainda novas linhas de estudo, nomeadamente sobre mudanças de hábitos de vida, nomeadamente ao nível da alimentação. Alguns destes estudos mostram ainda uma associação positiva entre alimentos consumidos, alergias alimentares e estados depressivos, bem como ligações a outras desordens mentais.

Desde que ministrado por um especialista, o tratamento farmacológico é importante em fases agudas. Por exemplo, o uso dos antidepressivos estabelece a harmonia química cerebral melhorando o humor do deprimido. Porém, é importante notar que fármacos apenas cuidam do efeito, pois não há medicamentos que curem a causa da depressão, logo, a depressão. Os fármacos apenas restabelecem o trânsito das mensagens neuronais melhorando o funcionamento neuro químico do sistema nervoso central. Todavia, como a causa não é orgânica, embora tenha aí muito dos seus efeitos, o tratamento da causa exige abordagens complementares (exemplo, trabalhar o ser espiritual), embora seja importante manter a vigilância de resultados a nível orgânico.

Alguns estudos indicam que a partir da abordagem Cognitivo-comportamental há uma maior eficácia e durabilidade nos resultados. Esta abordagem pode ainda assentar numa forte componente didática. Nela se investe tempo na explicação das conceções associadas aos pensamentos depressivos, que em função do estado de depressão, assim se decide sobre o início desta forma de tratamento, ou do uso da via farmacológica.

O tratamento psicológico é de extrema importância no auxílio ao autoconhecimento, na resolução de conflitos e na tomada de posição diante dos problemas. O tratamento social é igualmente relevante, nomeadamente em indivíduos que já sofreram constrangimentos sociais relacionados com esta doença, tal como a perca de emprego ou de amigos. Por seu turno, é fundamental tratar a parte orgânica quando esta se encontra fortemente acometida pela depressão, pois o sistema imunológico pode ser intensamente afetado.

Uma outra abordagem conjuga a Terapia Cognitivo-comportamental com a Terapia da Aceitação e Compromisso. Há quem apelide esta abordagem por Terapia Cognitivo-comportamental Baseada na Mindfulness (atenção plena) e Aceitação. Esta abordagem pode igualmente ser designada por terapia pelas emoções. Por ela procura ensinar-se a forma da pessoa reformular o pensamento negativo para agir no combate à depressão. Procura-se trabalhar a raiz da depressão pela condução da pessoa à razão que a leva a se sentir de determinada maneira, ou seja, à identificação dos gatilhos para a depressão, bem como ao encontrar de táticas que ajudem a estabilizar o humor e o equilíbrio emocional.

A perspetiva espírita

Para se beneficiar desta perspetiva é importante entender o que é o espírito e o espiritismo. Segundo José Lázaro Boberg, o Espírito é:

individualização do princípio inteligente que, com o despertar da consciência, e já de posse do livre-arbítrio, começa a sua longa caminhada de aprendizagem, pelos caminhos da evolução.” (p. 28) [2]

O Espírito é o ser que somos e que se mantém em permanente evolução reencarnando. O Espiritismo, tal como referiu Manoel Philomeno de Miranda, tem a missão de:

iluminar a consciência humana, ensinar o indivíduo a encontrar a própria paz sob a inspiração do Excelso Bem, conduzir com segurança aquele que o busca, propiciando-lhe harmonia interior e alegria de viver.” [3]

São os ensinamentos de Jesus numa perspetiva ampliada pela abordagem científica, filosófica e de consequências religiosas.

O espírito comanda a nossa vontade, pois é ele o agente que ativa o pensamento e as emoções e que, pelo contínuo de ligações com outros espíritos afins (no mesmo nível de evolução moral e de vontade) recebe sugestões originadas no plano espiritual, nomeadamente as que nos chegam pela inspiração, que apoiam a intuição, mas também as de ordem obsessiva – que acompanham, por exemplo, os estados depressivos. Se as primeiras procuram conduzir-nos à alegria de viver, as segundas são terreno fértil para a depressão, pelo que se devem vigiar e tratar. Ambas sucedem no âmbito da comunicação do pensamento, pelo que é um fenómeno natural e sobre o qual há que aprender a lidar e raciocinar. O Espiritismo visa disponibilizar ferramentas para que esse raciocínio possa ser estruturado de forma lógica e inteligível, nunca mistificado.

Se o pensamento se transmite e esse processo ocorre entre as pessoas (espíritos encarnados – ainda que disso não se tenha consciência), ambos percecionam a mesma realidade ao nível do tempo e espaço. Mas se essa comunicação se efetuar entre as pessoas e os espíritos, então a perceção de tempo e espaço não coincide. É o caso em que o espírito mantém uma projeção de ideias fixada numa vivência pretérita, que se passou conjuntamente com a pessoa (espírito com quem conviveu no passado, mas que agora está encarnado num outro corpo). Se nessa vivência ocorreu um conflito entre ambos, em que a pessoa tenha prejudicado gravemente a outra (o espírito agora seu obsessor) é comum suceder que o segundo procure o primeiro para se vingar. Isto sucede num contexto de baixa elevação moral e compreensão do sentido da vida, bem como de ausência de perdão de um em relação a outro.

Este é um caso detetado frequentemente nos trabalhos mediúnicos na Casa Espírita, em que se manifestam espíritos obsessores que procuram a vingança. Aqueles trabalhos visam ajudar as pessoas a se libertarem do jugo dos obsessores, mas sobretudo esclarecer o espírito sobre o erro da sua conduta, bem como das consequências vindouras para o seu próprio bem-estar. É um trabalho de consolo do espírito obsessor e de apaziguamento entre ambos. Estes estados de obsessão atormentam fortemente aqueles que são alvo destas ações, podendo conduzi-los gradualmente a doenças mais graves, nomeadamente a esquizofrenia e, em casos de possessão grave, ao suicídio.

Estes perseguidores conseguem alcançar-nos por consequência da lei de causa e efeito, mas também, pelo tipo de pensamentos e comportamentos mantidos por nós, pois é o nosso comportamento moral (pelo tipo de sintonia de pensamentos mantidos) que ambos se colocam na mesma faixa vibratória: pessoa e espírito obsessor. E se a vida na terra ainda é um somatório de provas e expiações é pela melhoria de conduta e do merecimento (necessidade de aprendizagem) de cada um que a mudança de sintonia pode resultar, ou em bem-estar emocional, ou em enfermidade mental.

Jesus alertou para a necessidade de vigiar o pensamento (com quem criamos afinidade) e orar (para nos mantermos focados em propósitos edificantes e inspirados positivamente). E se Jesus é o maior conhecedor da realidade espiritual, os seus ensinamentos devem ser entendidos como informação preciosa baseada no conhecimento do que somos, e não como fundamentos de uma religião.

Compreender esses ensinamentos é o primeiro passo para que se aprenda a pô-los em prática. Por outro lado, se é Deus a causa primeira e inteligente de todas as coisas, nada prossegue ao acaso, mas sim numa ordem divina visando a nossa evolução e não o castigo.

A depressão não é um castigo, mas uma cicatriz por nós criada, por comportamentos iniciados em vidas pretéritas. Por isso é uma doença que dói na alma, tal com refere Joanna de Ângelis [4, p.223]:

A depressão é doença da alma, que se sente culpada, e, não poucas vezes, carrega esse sentimento no inconsciente, em decorrência de comportamentos infelizes praticados na esteira das reencarnações, devendo, em consequência, ser tratada no cerne da sua origem.”

Por conseguinte, o tratamento da doença mental não deve ser perspetivado apenas a nível orgânico, pela prescrição farmacológica, pois o tratamento espiritual é primordial por que permite atuar sobre a causa do “aprisionamento” mental. Neste sentido, quando a medicina admitir que a depressão tem origem na alma e não no corpo, ganhar-se-á uma poderosa ferramenta terapêutica, pelo que o conhecimento sobre a realidade espiritual não pode ser negligenciado.

A depressão é um fenómeno bio-psico-social, dado que tem origem biológica, psicológica, social e espiritual, em que cada indivíduo está sujeito a influências visíveis e invisíveis. Esta perspetiva, que não exclui as abordagens anteriores, acrescenta explicações visando soluções a partir do prisma das causas, pelo que pode igualmente ser apresentada como terapêutica preventiva. Como visto, as causas estão fortemente relacionadas com vidas passadas do indivíduo, noutras reencarnações, mas também com a sua perca de fé em Deus, em si próprio e na vida.

Por outro lado, consequências nefastas de decisões tomadas na vida presente – tipicamente relacionadas com o quadro de resgate espiritual a que se está sujeito, também podem ser veículo para estados de depressão, que conduzem ao sofrimento íntimo, profundo e ao sentimento de desesperança. Tudo isto interfere na construção do carácter do indíviduo e à forma como este concebe a vida e os seus pressupostos.

Para alterar este quadro psíquico, é importante compreender a nossa natural religação a Deus, a um Criador, para que seja mais fácil a harmonia na sintonia com o plano espiritual que nos pode servir de inspiração e receber por eles, de Deus, o auxílio solicitado. De facto, é comum que o deprimido seja um indivíduo revoltado contra as leis morais (de Deus), que desdenha da própria vida e discorda da ideia de ter sido criado (espiritualmente) por Deus. A pessoa espelha a este nível uma faceta de rebeldia, o que lhe agrava o quadro depressivo dificultando-lhe a busca de soluções, nomeadamente pela forma como constrói (e deixa que lhe construam) o pensamento. Por este facto, segundo alguns especialistas, quando não se valoriza o tratamento espiritual os resultados são mais precários, com maiores crises de reincidência e maior tendência para um envelhecimento precoce.

A ida à Casa Espírita para escutar as palestras públicas pode ser um importante instrumento de ajuda à cura. As palestras ajudam à compreensão do sentido da vida: o amor e ao autoconhecimento, pela perspetiva do ser espiritual que naturalmente somos. Não é uma construção religiosa feita pelo Homem, mas sim a nossa natureza. Há que compreendê-la. Isso exige determinação na mudança do registo mental e ganho de entendimento sobre as relações de causa e efeito que assistia à vida. Exige ainda uma enorme vontade de se curar, tal como refere o Espírito Emmanuel (lição 16):

Renovar pensamentos não é tão fácil como parece. Requer muita capacidade de renúncia e um profundo domínio de si mesmo, qualidades que só se conseguem alcançar com trabalho e sacrifício do coração.” [5]

Para quem não compreende as realidades de Deus para aceitar as consequências religiosas da nossa existência, a meditação ou a concentração geradora de pensamentos elevados, limpos e serenos são um importante veículo de limpeza do mental e de ligação a um todo que inspira e alivia. Pois, ainda que não se compreenda a existência de Deus, isso não invalida a Sua ajuda. Afinal todos somos derivados da mesma criação, independentemente do como e do quanto a compreendamos.

Por outro lado, se a depressão é a noite escura da alma, com dizia S. João da Cruz, há que compreender que ela é também um instrumento da psique para nos alertar sobre algo de profundamente errado, que necessita da nossa atenção e ajuste [4, p. 232]. Neste sentido, a depressão deve ser vista como uma oportunidade de crescimento, a partir da qual se pode iniciar uma nova jornada de forma mais enriquecida e consciente, pois, a cura, a auto libertação desse estado, sucede a par da nossa mudança íntima. Se fizermos uma coisa vamos ter a outra. Caso contrário é muito mais difícil. Pois, é como que algo houvesse a conspirar a favor da depressão, que leva ao mergulho transcendendo o ego de tal forma que mesmo face à resistência, não há como sair dessa experiência sem que haja uma modificação positiva [idem, p. 235].

Segundo Esther Harding, os estados depressivos são, em geral, tentativas criativas do Self para gerar comunicações mais profundas com a nossa totalidade [idem, p. 233]. Temos de vigiar as sugestões do ego que visam satisfazer necessidades excitadas pelos prazeres mundanos e materialistas, e que levam a pessoa a acreditar que o objetivo da vida é a felicidade. Temos, isso sim, de nos focar no desenvolvimento do Self, que percebe que o objetivo da vida é o propósito.

Tal como referido no livro “Refletindo a Alma. A Psicologia Espírita de Joanna de Ângelis” [4]:

quando a pessoa consegue manter-se junto à sua alma (conferindo-lhe valor mais alto, ela compreenderá que problemas, fracassos e humilhações, embora pareçam proceder de fontes externas, estão na verdade dentro dela mesmo e que se forem entendidos por essa perspetiva, têm o potencial de enriquecer a vida. Mas isso só pode acontecer se a vida interior, a alma, for percebida como de valor igual ao mundo exterior.” (p. 235).

Em síntese, “a depressão é um convite, um desafio da vida para que encontremos o real sentido, o que nos move por dentro. É a luta do herói contra o dragão, e nessa lua saímos da ilusão inocente de felicidade e conquistamos a certeza de que a vida só é verdadeiramente vida se tiver significado.”

O “sofrimento causado pela depressão possibilita uma expansão de consciência, uma perspetiva muito mais ampla do que o ego pode perceber. (…) somos livres para transformar a nossa vida além das experiências do passado.” (p. 236)

O significado é o propósito que damos aos nossos dias, à forma com nos preocupamos com os outros e como assumimos responsabilidade para tratarmos de nós, mas sem que nos tornemos egoístas.

É ainda importante afastar a autocrítica, a maledicência e o queixume reinante. Afastar a catadupa de negativismo em que por vezes mergulhamos pela ausência de fé e de alegria pela oportunidade que a vida oferece com vista à nossa própria evolução.

Finalmente é importante sublinhar que a ciência e o espiritismo não são duas áreas de conhecimento distintas, mas que se complementam. É pela conjugação de saberes que se alcança o sucesso, tal como referido por Fénelon, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”: “Cristãos, o coração e o amor têm de caminhar unidos à Ciência” [6].  É tempo de todos darem testemunho sobre o que sabem e sobre como beneficiaram da abordagem espiritual aos seus problemas. É tempo de se transferir conhecimento e de se assumirem novas responsabilidades face ao saber disponível, pois o problema do outro também é o nosso, é de todos.

 

Referências

[1] Recuperado de https://www.youtube.com/watch?v=dFKsN9J0hTM.

[2] BOBERG, J. Lázaro, Filhos de Deus- O amor incondicional, EME, 2006.

Título: Filhos de Deus - O amor incondicional

[3] FRANCO, Divaldo, orientado pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda, Amanhecer de uma nova era, LEAL, 2010. Recuperado de https://docs.google.com/document/d/171W0ZA1wtNltBDn7B5p2vaagjkPlmbIMBuFdfbA-Vng/edit.

[4] FRANCO, Divaldo, pelo Espirito Joanna de Ângelis, Refletindo a Alma: A Psicologia Espírita de Joanna de Ângelis, LEAL, 4ª edição, 2016.

Título: Refletindo a Alma, a Psicologia de Joanna de Ângelis

[5] XAVIER, Francisco Cândido, orientado pelo espírito Emmanuel, Pão Nosso. 2ª Ed., FEB, 2008. Recuperado de http://bvespirita.com/Pao%20Nosso%20(psicografia%20Chico%20Xavier%20-%20espirito%20Emmanuel).pdf.

Título: Pão nosso

[6] Recuperado de http://fraterluz.blogspot.pt/2014/01/ese-o-coracao-e-o-amor-tem-de-caminhar.html.