Conduta Espírita

Conduta Espírita
Título: Conduta Espírita
Autor: Waldo Vieira
Pelo Espírito: André Luiz
Género: Desenvolvimento Pessoal e Espiritual
Editora: FEB
Observações: 2013, 32ª edição (1º edição em 1960)

O que é ser espírita? O que é o homem de bem de que nos fala o Evangelho? Por que é que Emmanuel nos dizia, no livro Religião dos Espíritos (ver sobre este livro no Invisibillis), que “ ‘espírita’ deve ser a tua conduta mesmo que estejas em duras experiências”. Ora, neste livro, André Luíz desenvolve essa orientação explanando-a em contextos do nosso quotidiano. Não se trata de um livro de receitas, como o próprio autor alerta, mas antes de demonstrar como se pode ser espírita e cristão em qualquer lugar e/ou situação. Logo no capítulo 6, é-nos dito que “a vinha do Senhor é o mundo inteiro”. Quando já antes se havia dito que “fé espírita no clima da família, fonte do Espiritismo no campo social” e que se o lar é escola primeira, “a seara do Cristo não tem fronteira”.

A humildade é uma das virtudes que se repetem em várias lições, em que André Luiz explora o seu impacto quer na esfera social, quer na esfera íntima, na forma como nos avaliamos a nós mesmos. Por exemplo, no capítulo 18, é relembrada a importância de “vigiar as próprias manifestações, não se julgando indispensável e preferindo a autocrítica ao auto-elogio, recordando que o exemplo da humildade é a maior força para a transformação das criaturas”.

Ligando cada lição a uma frase do Evangelho, André Luíz aborda temáticas e situações que vão desde a atitude perante nós próprios, os outros, e a família, a doença à nossa relação com a natureza e com os animais, passando ainda pelo exercício da mediunidade.

Este é um livro fundamental para todos os espíritos espíritas lerem. E o título diz tudo sobre o teor do livro: qual deve ser a conduta de uma espírita enquanto homem ou mulher, médium, dirigente de reuniões doutrinárias, perante crianças, no lar, no trabalho, em sociedade, no templo, na via pública, em viagem, nos eventos doutrinários, perante a oração, os mentores espirituais, perante o passe, o tempo, as dificuldades, a instrução, a ciência, a arte, a doutrina espírita, e, claro, perante Jesus.

De forma bastante sucinta, as recomendações são sempre de bom senso e muito específicas dentro de cada contexto. O livro é pequeno, mas o conteúdo é de grande importância, devendo ser não apenas lido, mas também relembrado, reflectido, estudado e, sobretudo, aplicado. Todos os dias.

 

Citações

“Perdão nas almas, luz no caminho”

“A criança sofre de maneira profunda a influência do meio.”

“Quanto possível, abandonar as fórmulas decoradas e a leitura maquinal das “preces prontas”, e viver preferentemente as expressões criadas de improviso, em plena emotividade, na exaltação da própria fé. Há diferença fundamental entre orar e declamar.”

“Reprimir qualquer iniciativa tendente a assinalar a mediunidade, o médium ou os fatos mediúnicos como extraordinários ou místicos.”

“As manifestações mediúnicas não são a base essencial do Espiritismo. Descentralizar a atenção das manifestações fenomênicas havidas em reuniões de que participe, para deter-se no sentido moral dos fatos e das lições.”

“Abster-se de perseguir e aprisionar, maltratar ou sacrificar animais domésticos ou selvagens, aves e peixes, a título de recreação, em excursões periódicas aos campos, lagos e rios, ou em competições obstinadas e sanguinolentas do desportismo.”

“Os seguidores de Cristo devem dar-se a conhecer pelos esforços que empreendam em favor da paz. Sejam, pois, vossos pensamentos, palavras e acções uma contribuição constante no sentido de erradicar do mundo (começando primeiramente por nós) a inveja, as suspeitas, o ódio, a vingança e o espírito de contenda.” (p. 30)

“A exploração da fé anula os bons sentimentos” (p. 57)

“(…) o exemplo da humildade é a maior força para a transformação das pinturas” (p.57)

“Quem sente o que diz vive o que pensa” (p. 54).

“Nunca fazer a acepção de pessoas e nem demonstrar cordialidade fraterna somente em circunstâncias que lhe favoreçam conveniências e interesses materiais. A lei divina registra o móvel de toda a acção” (p. 62).

“A criatura materialista precisa crer que é superior para compensar a sua crença na insignificância da existência ou na falta de sentido em que vive” (p. 98)

“Espíritos existem que se esforçam para não crer na sua própria existência”. (p. 69)