É sabido que toda a série de livros deixados por André Luíz (*) é fundamental para qualquer espírita e estudante de Espiritismo. E Libertação é um dos títulos mais marcantes dessa série, ou não fosse este um relato minucioso dos mecanismos e consequências de desvios morais entre encarnados e desencarnados. Como agimos perante o tribunal da nossa consciência? O que temos de passar até nos arrependermos de acções menos apropriadas? O livro impressiona ainda pelas descrições dos arrepiantes ambientes das trevas onde se encontram os Espíritos que persistem no mal, mas também nos ensina sobre o Amor de Deus e a Caridade de Jesus e seus companheiros, presentes em todo o lado e que a todos acaba por tocar e transformar. O principal relato da obra mostra como se concretiza a processo de obsessão sobre encarnados e, em contraponto, a atuação de espíritos amigos. “Gastaremos tempo. A perturbação vem de inesperado, instala-se à pressa; entretanto, retira-se muito devagar. Aguardemos a obra paciente dos dias”. Destacamos o capítulo 6 que demonstra um dos aspetos que mais dúvidas suscita: a razão pela qual precisamos do corpo físico para evoluir. Na verdade, “permanecemos diante de um mundo civilizado na superfície, que reclama não só a presença daqueles que ensinam o bem, mas principalmente daqueles que o praticam”. E, por fim, guardemos a certeza: “Se nos lançássemos todos a socorrer os miseráveis, a miséria extinguir-se-ia; se educássemos os ignorantes, a treva não teria razão de ser; se amparássemos os delinquentes, oferecendo-lhes estímulos à luta regenerativa, o crime seria varrido da face da Terra”.
(*) André Luiz é o pseudónimo espiritual de um consagrado médico que viveu no Rio de Janeiro.