Um livro surpreendente com um título surpreendente, já que o amor não se pesquisa nem se aprende nos livros. Tal como começa por dizer o autor desta obra, pequena em tamanho, mas grande em densidade de conteúdo, o amor pesquisa-se e exige o método existencial da vivência individual, ainda que, depois, o amor se defina na acção relacional.
Foi um dos últimos trabalhos a serem escritos por esse grande estudioso do Espiritismo, José Herculano Pires, e sintetiza a sua visão filosófica e humanística acerca do amor humano, para a qual o Espiritismo contribuiu sobremaneira.
Explorando temas aparentemente banais, como a sexualidade, a relação homem-mulher, a paixão, a atracção sexual, o romantismo, a solidão, etc., Herculano Pires revela o carácter interdisciplinar da doutrina espírita e do entendimento sobre temas como o Amor. Um pormenor muito interessante e inédito neste livro, é que o autor cruza as suas reflexões com apontamentos filosóficos de autores como Sartre ou Simone de Beauvoir.
Citações
“É necessário educar os sentimentos, orientar a afectividade, canalizar as energias animais para que se façam homens e não lobisomens, indivíduos que parecem homens mas trazem nas entranhas os instintos do lobo” (p.23)
“O amor é o clarim que convoca o ser para a existência” (p.11).
“O apego ilusório às coisas e à rotina fazem parte de um processo disciplinar. A festa do mundo exige pagamento de entrada e permanência, exerce vigilância sobre ele e seu comportamento (p.13).