Nosso Lar

Nosso Lar
Título: Nosso Lar
Autor: Francisco Cândido Xavier
Pelo Espírito: André Luiz
Género: Desenvolvimento Pessoal e Espiritual
Editora: FEB
Observações: 64ª edição em 2014, lançado em 1944

Não se sabe quem foi efectivamente André Luiz na sua última existência corpórea, excepto que foi médico e que desencarnou relativamente cedo, deixando esposa – Zélia – e três filhos: um rapaz e duas jovens. André Luiz é um mero pseudónimo. Chico Xavier diz que desde fins de 1941 passou a ver ao lado de Emmanuel um “cavalheiro espiritual” que depois se revelou como André Luiz. Certa vez, Emmanuel explicou ao médium que André estava a preparar-se para realizar uma tarefa importante, que teria início com o livro “Nosso Lar” em 1943, ano em que se concluiu a psicografia da obra. O prefácio, assinado por Emmanuel, é de 3 de outubro de 1943, embora a primeira edição tenha circulado apenas em 1944. André Luiz – esclarece Chico Xavier – não agiu sozinho na produção dos seus livros; ele representava, ao escrevê-los, um círculo vasto de entidades superiores, porquanto por mais de uma vez Emmanuel e Bezerra de Menezes foram vistos por Chico associados ao autor de “Nosso Lar”, fiscalizando e amparando o trabalho em curso. Segundo palavras de André, ele não fora, na última existência, vinculado a qualquer denominação religiosa e seu objectivo na vida era a obtenção de uma situação estável e de tranquilidade económica. Sem o necessário autodomínio no trato com as pessoas e excedendo-se nas bebidas e na alimentação, foi isso que, acrescido de suas leviandades na área do comportamento sexual, o levou a desencarnar mais cedo. Na vida espiritual descobriu que a mãe habitava esferas mais altas, enquanto o pai, Laerte, se encontrava no Umbral, onde também estavam as irmãs Priscila e Clara, tal como se dera com ele próprio. Apenas Luísa, desencarnada quando André era pequeno, e sua mãe reuniam condições de auxiliar os familiares.

O livro “Nosso Lar” surpreendeu o mundo espírita no Brasil e muitos combateram o médium com certo rigor, opondo-se às ideias contidas na obra, que consideravam absurdas. Depois de “Nosso Lar”, publicado em 1944, surgiram mais de vinte obras assinadas por André Luiz, das quais as principais, aqui listadas segundo a ordem de publicação, são: “Os Mensageiros”, “Missionários da Luz”, “Obreiros da Vida Eterna”, “No Mundo Maior”, “Agenda Cristã”, “Libertação”, “Entre a Terra e o Céu”, “Nos Domínios da Mediunidade”, “Ação e Reação”, “Evolução em Dois Mundos”, “Mecanismos da Mediunidade”, “Conduta Espírita”, “Sexo e Destino”, “Desobsessão”, “E a Vida Continua…”, “Sol nas Almas” e “Sinal Verde”.

Nosso Lar trata de várias questões relativas à vida no plano espiritual, esclarecendo questões como: em que consistem as Trevas? Há noivado no plano espiritual? Como a justiça divina encara o infanticídio? Pode um Espírito ser perturbado pelos familiares encarnados? Que efeito pode o ódio causar sobre os Espíritos? As colónias espirituais são todas iguais? Como é o trabalho em “Nosso Lar”? A música exerce algum papel importante na colónia? Quanto tempo em média os Espíritos passam no Umbral? Que é bónus-hora e para que serve? Que representa a existência corpórea para nós? O que é o umbral? Como é a natureza no plano espiritual?

Citações
“A esfera espiritual mais elevada requer, sempre, mais trabalho, maior abnegação. Ninguém ali permanece em visões beatíficas, a distância dos deveres justos.” (Mãe de André Luiz, cap. 16, pág. 90)

“É elevada a percentagem de existências humanas estranguladas simplesmente pelas vibrações destrutivas do terror, que é tão contagioso como qualquer moléstia de perigosa propagação. O medo é um dos piores inimigos da criatura, por alojar-se na cidadela da alma, atacando as forças mais profundas.” (Narcisa, cap. 42, pág. 231)

“Não basta ao homem a inteligência apurada, é-lhe necessário iluminar raciocínios para a vida eterna. As igrejas são sempre santas em seus fundamentos e o sacerdócio será sempre divino, quando cuide essencialmente da Verdade de Deus; mas o sacerdócio político jamais atenderá a sede espiritual da civilização. Sem o sopro divino, as personalidades religiosas poderão inspirar respeito e admiração, não, porém, a fé e a confiança.” (Benevenuto, cap. 43, pág. 240)

“O Espiritismo é a nossa grande esperança e, por todos os títulos, é o Consolador da humanidade encarnada; mas a nossa marcha é ainda muito lenta. Trata-se de uma dádiva sublime, para a qual a maioria dos homens ainda não possui “olhos de ver”. Esmagadora percentagem dos aprendizes novos aproxima-se dessa fonte divina a copiar antigos vícios religiosos. Querem receber proveitos, mas não se dispõem a dar coisa alguma de si mesmos. Invocam a verdade, mas não caminham ao encontro dela. (…) Enfim, procuram-se, por lá, os espíritos materializados para o fenomenismo passageiro, ao passo que nós outros vivemos à procura de homens espiritualizados para o trabalho sério.” (Benevenuto, cap. 43, pág. 241)

“Não esqueçamos que todo homem é semente da divindade. Ataquemos a execução de nossos deveres com esperança e otimismo, e estejamos sempre convictos de que, se bem fizermos a nossa parte, podemos permanecer em paz, porque o Senhor fará o resto.” (Benevenuto, cap. 43, pág. 241)