No Invisível

No Invisível
Título: No Invisível
Autor: Léon Denis
Género: Ciência espírita
Editora: FEB
Observações: 26ª edição. Lançado em 1911

Se tivesse de sugerir um livro espírita a um académico ou cientista, No Invisível seria a obra escolhida. É uma leitura densa, mas com um registo científico, conciso e, acima de tudo, riquíssimo em referências que mostram a vastidão de estudos científicos, experiências e relatos já publicados sobre a relação entre o plano “invisível” e o plano físico em que nos encontramos.
É também um livro de estudo indispensável para a prática mediúnica e que contraria quem acha que o que se faz em cada centro deve ficar apenas nesse centro. Se estes trabalhos forem feitos de forma séria não têm que temer o escrutínio nem o pensamento crítico e construtivo. Afinal não há práticas exclusivas, nem exclusividade na aprendizagem contínua, e, menos ainda, no trabalho de aprendizagem conjunta.

Dénis compôs este tratado de Espiritismo experimental – os factos e leis – tal como referido no subtítulo, mostrando a evolução do conhecimento espírita e do próprio Espiritismo enquanto sistema de conhecimento em apropriação pelos que o aplicam às diversas áreas do saber.

Utilizando uma linguagem acessível e objectiva, Léon Denis fala sobre: as leis, o espírito e sua forma, a mediunidade, a educação e o papel dos médiuns, a aplicação moral e os frutos do espiritismo orientados aos factos, a exteriorização do ser humano, a escrita direta, medianímica e a psicografia, o transe e as incorporações, a grandeza e as misérias da mediunidade.

Explicando e demonstrando o racional por detrás dos fenómenos espíritas, Dénis é igualmente claro a mostrar que “em tudo que se refere às nossas relações com o mundo oculto, só há uma regra: espiritualizar-se” (p.231). No invisível será, por ventura, o complemento certo para O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec.

Citações

“Com os estudos espíritas uma nova ciência se vai formando lentamente, mas é preciso aliar ao espírito de investigação científica a elevação de pensamento, o sentimento, os impulsos do coração, sem o que a comunhão com os seres superiores se torna irrealizável, e nenhum auxílio da sua parte, nenhuma protecção eficaz se obterá” (p.8)

“O Espiritismo será o que o fizerem os homens” (p.8).

“Da essência da alma apenas sabemos uma coisa: que, sendo indivisível, é imperecível. A alma se revela por seus pensamentos, e também por seus actos; para que se possa, porém, agir e impressionar-nos os sentidos físicos, é-lhe preciso um intermediário semimaterial, sem o qual nos pareceria incompreensível sua acção” (p.43).

“(…) é preciso recorrer aos seres superiores e, pelas irradiações da nossa alma, facilitar a comunhão com eles. Não empreguemos senão com respeito e desinteresse as faculdades que nos são concedidas, isto é, nunca as utilizemos a pretexto ou para os interesses materiais, mas visando unicamente o nosso bem moral. Quanto mais se desprende o médium das influências terrestres, mais se engrandecem e aprimoram as suas faculdades” (p.231).