O Livro dos Espíritos

O Livro dos Espíritos
Título: O Livro dos Espíritos
Autor: Allan Kardec
Género: Doutrinário
Editora: Hellil
Observações: 1ª edição em 2017, tradutor Arnaldo Costeira, lançado originalmente em 1857 por Allan Kardec

É o primeiro livro da chamada Codificação Espírita publicado por Hippolyte Léon Denizard Rivail, educador, autor e tradutor francês, sob o pseudónimo de Allan Kardec. Esta obra contém os pilares do Espiritismo: a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, a existência de Deus, a reencarnação, a comunicabilidade dos espíritos, a pluralidade dos mundos habitados, a pluralidade das existências. A isso acrescenta tópicos como as Leis Morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da humanidade É uma das oito obras fundamentais para o estudo da Doutrina Espírita juntamente com: O que é o Espiritismo (1859); O Livro dos Médiuns (1861); O Evangelho Segundo Espiritismo (1863); O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina Segundo o Espiritismo (1865); A Génese, os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo (1868), Obras Póstumas (1890) e Revista Espírita (1858-1869).

Citações

“Seria fazer uma ideia bem falsa do Espiritismo acreditar que a sua força decorre da prática das manifestações materiais e que portanto, entravando-se essas manifestações pode-se minar-lhes as bases. Sua força está na sua filosofia, no apelo que faz à razão e ao bom senso. Na Antiguidade ele era objeto de estudos misteriosos, cuidadosamente ocultos ao vulgo. Hoje, não tem segredos para ninguém: fala uma linguagem clara, sem ambiguidades; nada há nele de místico, nada de alegorias suscetíveis de falsas interpretações. Ele quer ser compreendido por todos porque chegaram os tempos de se fazer que os homens conheçam a verdade. Longe de se opor à difusão da luz, ele a deseja para todos; não reclama uma crença cega, mas quer que se saiba por que se crê, e como se apoia na razão será sempre mais forte do que as doutrinas que se apoiam sobre o nada. Os entraves que se tentassem oferecer à liberdade das manifestações poderiam abafá-las? Não, porque produziriam o efeito de todas as perseguições: o de excitar a curiosidade e o desejo de conhecer aquilo que foi proibido. De outro lado, se as manifestações espíritas fossem o privilégio pessoal de um só homem, ninguém duvidaria que, pondo esse homem de lado, as manifestações acabariam. Desgraçadamente, para o adversário, elas estão ao alcance de todos e são utilizadas por todos, desde o menor ao maior, desde o palácio à choupana. Pode-se interditar o seu exercício público; mas sabe-se precisamente que não é em público que elas se produzem melhor, e sim na intimidade. Ora, cada um podendo ser médium, quem pode impedir uma família no seu lar, um indivíduo no silêncio do seu gabinete, o prisioneiro na sua cela, de terem comunicações com os Espíritos à revelia e até mesmo em face dos seus verdugos? Se as proibissem num país, poderiam ser impedidas nos países vizinhos ou no mundo inteiro? Pois não há uma região, nas duas partes da Terra, em que não haja médiuns! Para encarcerar todos os médiuns seria necessário encarcerar a metade do género humano; conseguindo-se, o que não seria mais fácil, queimar todos os livros espíritas, no dia seguinte eles estariam reproduzidos porque a mente é inatingível e porque não se poderia jamais encarcerar nem queimar os Espíritos, seus verdadeiros autores.” (conclusão VI).