A Génese

A Génese
Título: A Génese
Autor: Allan Kardec
Género: Doutrinário
Editora: Hellil
Observações: 1ª edição em 2018 (tradutor Arnaldo Costeira), original lançado em 1858 por Allan Kardec

A Génese é o quinto livro das obras principais sobre o Espiritismo de Allan Kardec. Esta obra trata de forma única três assuntos primordiais: a origem e formação da Terra, os milagres e os relatos do evangelho neste contexto, a mudança planetária (a que estamos a assistir) e que será assinalada pela alteração do comportamento moral — vínculo à prática da justiça, da paz e da fraternidade. São dezoito capítulos a tratarem sobre a imutabilidade das leis de Deus.

Destacamos duas passagens. Uma que nos revela o equívoco da ciência por observar a realidade das partes negligenciando a que inclui o princípio espiritual para se poder explicar o todo (ao nosso alcance).

“A ciência moderna fez justiça aos quatro elementos primitivos dos antigos, e de observação em observação, chegou à concepção de um só elemento gerador de todas as transformações da matéria; mas, a matéria, por si mesma, é inerte; ela não tem nem vida, nem pensamento, nem sentimento; é-lhe preciso a união com o princípio espiritual. O Espiritismo não descobriu, nem inventou este princípio, mas antes ele o demonstrou por provas irrecusáveis; estudou-o, analisou e devolveu-lhe a acção evidente. Ao elemento material, veio juntar-lhe o elemento espiritual. Elemento material e elemento espiritual, eis os dois princípios, as duas forças vivas da natureza. Pela união indissolúvel destes dois elementos, se explica facilmente uma multidão de factos até então inexplicáveis.” (cap. I, item 18).

A outra passagem que destacamos refere-se à explicação da ausência de referenciais de tempo noutras realidade planetárias, que na Terra se baseiam no nascer e pôr do sol. Este facto faz com que os Espíritos que nos visitem desses destinos não possam participar nas predições, dado que não compreendem os nossos referenciais de tempo. E aqueles que o compreendem estarão na mesma disposição de conhecimento que nós, ainda que na erraticidade (no plano espiritual), pelo que será a sua desenvoltura moral que determinará o seu comportamento mais ao menos divinatório ou mistificado. Aos demais, pela sua elevação moral, não darão qualquer notícia que altere o uso do livre-arbítrio. No limite alertam-nos, tal como prevê a previdência divina.

“… Também os Espíritos verdadeiramente sábios não predizem nunca nada em épocas fixas; eles limitam-se a prevenir-nos sobre o andamento das coisas que nos seja útil conhecer. Insistir para ter detalhes precisos, é expor-se a mistificações dos Espíritos levianos, que predizem tudo o que se quer, sem se importarem com a verdade, e divertindo-se com os temores e as decepções que causam.” (cap. XVI, item 16)